Importância da integração dos Produtores na cadeia de valor global
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No contexto da 3ª edição do Mozambique Agribusiness, Industry and Logistic Forum, realizado na cidade da Beira, o representante do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Moçambique, Alexis Meyer-Cirkel, apresentou resultados de um estudo de avaliação da terra cultivada ou activa através de remote sensing, com vista a criar um mapa de extensão agrícola no País e realizar uma avaliação robusta de precisão e estimativa de área.
O estudo indica que, “a despeito de Moçambique ter implementado várias políticas e estratégias, até similares às dos outros países, para alavancar o sector agrário, este continua a enfrentar muitos desafios para o crescimento deste sector que constitui a base para o desenvolvimento do País”.
Embora não seja o único mecanismo importante, o estudo aponta para a importância e necessidade de integração dos produtores e fornecedores de insumos agrícolas na cadeia de valor global para facilitar o financiamento, o acesso e transferência de tecnologia, o acesso a insumos agrícolas e o escoamento da produção.
O estudo do FMI em Moçambique constatou que o País possui 12% da área total de terra cultivada (exclui as pastagens, as pastagens não plantadas e as culturas perenes como mangas, castanhas, uvas e citrinos) e, desta, 60% está concentrada nas províncias de Nampula, Zambézia e Tete. O mapa mostra que a percentagem da terra cultivada é proporcional à distribuição da população por província.
Em geral, a zona centro é a mais habitada por província e também com maior área cultivada. Nampula, com a maior área de terra agrícola, é também a província mais populosa do País, seguida da Zambézia e de Tete. Nampula e Zambézia são as províncias com maior porção de terra cultivada (com agricultura activa) de todo o País – embora Manica também tenha uma porção considerável, esta é maioritariamente composta por agricultores de pequena e média escala. A integração dos produtores e fornecedores de insumos agrícolas na cadeia de valor traz vantagens consideráveis.
Por exemplo, no financiamento: em países com taxas de juro reais altas, os produtores conseguem obter insumos sem fazer uso do capital próprio – a produção futura é “securitizada”. Outro exemplo encontra-se na transferência de tecnologia: os agricultores são formados ou assessorados directamente por técnicos da firma treinados para esse processo de transferência de tecnologias. O know how quanto à época de plantio, o uso de defensivos, o processo de plantio e a colheita é repassado ao produtor.
De acordo com Alexis Meyer-Cirkel, o financiamento através da cadeia de valor é uma das formas de garantir o apoio financeiro aos agricultores para aumentar a capacidade de aquisição de insumos melhorados e através da mesma cadeia de valor ou de mercados interdependentes de insumos e créditos. Estes incluem: agricultura contratual, em que a firma responsável pela aquisição do produto financia a tecnologia necessária e imputa ao produtor como parte do contrato; operações verticalmente integradas, onde todos os intervenientes, desde o produtor ao processador, são integrados dentro da cadeia de valor; e regimes de produção agrícola (ex. produção em blocos).
Alguns desafios da agricultura em Moçambique
Embora Moçambique tenha implementado várias políticas e estratégias para o desenvolvimento do sector agrário, com destaque para o Plano de Acção para Produção de Alimentos (PAPA) 2008- 2011, o Plano Estratégico para Desenvolvimento do Sector Agrário (PEDSA) 2011- 2020, o Plano Nacional de Fertilizantes em Moçambique 2012, o Plano Nacional de Investimento no Sector Agrário (PNISA) 2013- 2017, o Plano Operacional para o Desenvolvimento Agrário (PODA) 2015-2019, e o SUSTENTA 2017, o País continua a enfrentar desafios significativos.
Leia o artigo na íntegra, na página 65, da IIª Edição da Revista Business&Legal, disponível aqui